Eu e minhas manias de colecionar plantas...atualmente a
paixão é por flores-de-seda ou flores-de-maio (Schlumbergera sp) , cactos epífitos originários do Brasil, com
flores delicadas e híbridos de cores variadas. Esses vasos lindos aqui
embaixo são da minha amiga Lílian, que tem praticamente todas as cores.
Aqui em MG teve muita chuva no último verão, e minhas
plantas sofreram com isso, pois todas ficam ao ar livre, porque eu não tenho
espaço interno. As raízes dessas flores são bem sensíveis ao excesso de água, e
exigentes quanto ao tipo de solo. Perdi muitos vasos por causa disso, as
estruturas caulinares (chamadas de filocládios) começaram a apodrecer e foram
caindo todos.
Eu fiquei lembrando das plantas da minha tia Conceição, que
tinhas alguns vasos enxertados e estavam sempre lindos. O porta-enxerto mais
utilizado é de um cacto também, que pertence ao gênero Hylocereus, da espécie Hylocereus undatus, também conhecido
como flor-da-noite. Eu também fiz com estacas do gênero Selenicereus.
Foi uma novela encontrar essa planta, passei por uma casa
que tinha no muro de entrada e a cunhada do dono da casa me deu, a planta é
essa aqui embaixo.
Foto: Cactiguide.com
Eu peguei uns 4 segmentos, parti em pedaços de 20 cm mais ou
menos. Os cortes precisam ser certeiros, deve-se evitar “mascar” os pedaços,
pois isso dificulta o pegamento das mudas, eu peguei a maior faca de casa e
procurei fazer cortes bem uniformes.
Peguei os pedaços e plantei em vasos com uma mistura
simples, é bem fácil enraizar, usei partes iguais de terra comum, areia e
composto orgânico, deixei uns 20 dias pra enraizar , é importante essa fase,
porque quando já enraizado, a chance do enxerto sobreviver é maior. Meus vasos
ficaram assim (esse pedaço está menor, pois os maiores eu já tinha usado).
Depois eu peguei estaquinhas das flores-de-maio, cortei
segmentos com 2 a 3 filocládios, de plantas que já haviam florescido. Essa
faquinha não é a própria de enxertia, é dessas pra descascar legumes, comprei
no 1,99 e tem sido boa pra substituir o canivete. Fiz um corte nas estaquinhas
com a faca bem na horizontal (segurando com a mão esquerda, porque eu sou canhota...) , esse corte deve ser feito para expor os tecidos
vasculares do enxerto, que depois vão se unir aos tecidos do porta-enxerto.
Assim é feito o corte:


Já no porta-enxerto, eu fui com a faquinha na vertical dessa forma aqui:


Como minhas estacas eram de 3 cores diferentes, eu fiz 3
cortes e inseri as estacas, dessa forma:

Feito isso deixei á meia-sombra e em local protegido, não
pode tomar chuva nessa fase, pois a água nos cortes pode acelerar um
apodrecimento.
Existe um material específico para usar em enxertias, um
tipo de plástico maleável que é usado para proteger o local do enxerto, eu fui
do jeito tupiniquim mesmo e usei fita crepe.
Esses enxertos com 3 cores foram feitos por último, fiz
outros com uma estaca só, alguns floresceram já esse ano:

Esse último foi feito num porta-enxerto menos utilizado, ele
é bem mais fino que o Hylocereus, mas acredito que vá “vingar”. Quando o enxerto (estaquinha da flor-de-maio) murcha e começa a apodrecer embaixo é sinal de que não deu certo,
a cicatrização dos cortes e a formação do novo tecido não ocorreu.
Pessoal, não sou especialista no assunto, foram minhas
primeiras experiências em flores-de-maio, já fiz outras enxertias em abacate e
laranjeiras (que foram totalmente diferentes desse método), testem vocês também
e me contem depois.
A qualidade das fotos não está das melhores, a luz estava
péssima, mas eu só tive tempo de fotografar no fim da tarde, depois do
trabalho.Agradeço á Lilian por me deixar fotografar seus vasos e á sua filha, a doce Millena que foi minha assitente nas fotos. Aqui embaixo, mais algumas dessas belezuras...
Abraços!